domingo, 11 de dezembro de 2011

FANTASMA

Agora: ninguém, nada, sem norte, nem sorte.
Sem vento, lento, derretendo.
Sua última palavra voa e cai no chão.
Trincada, ela vai sendo carregada por uma formiga.
Formigas gostam de sabores.
Sua palavra tinha gosto.
O amor tem seu rosto e para mim só existe o seu retrato.
Estou pensando em você, naquele quarto de hospital e
sem dizer ao menos tchau, resolveu desligar seu coração.
Resolveu tirar a alegria  do mundo, 
resolveu ser egoísta e pintou o mundo de preto e branco.
Resolveu tirar o meu sorriso.
Resolveu me fatiar, me torturar, me azedar.
Tirou o meu chão e o meu sono,
vivo flutuando como um fantasma sem entender nada.
Você me matou quando morreu.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

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