domingo, 20 de novembro de 2011

MINHA INFÂNCIA

Rua: Santa Tereza, Nº : 51, Bairro: Quinzinho ou Vila Ferreira.
Cep: 37290-000, Telefone: (37) 3321-2914.
Aqui sempre será o meu berço.
Lugar mágico, complexo esportivo de primeira.
Praça Esporte, Praça da Banda, Estádio do Vila. o Leão do Oeste, meu cachorro Rex.
No chão da rua, quadras de futebol, vôlei, queimada, peteca, garrafão, 
todas pintadas de cal recebendo a visita constante e ilustre da polícia, 
sempre mandando parar com a bagunça que varava a noite.
Horas dançantes tirando o sossego do brejo do Giarola.
Pistinhas de bicicross, feitas por nós, recebendo bicicletas selvagens,
voando alto com as asas da nossa imaginação,
com a criatividade infantil e espetacular dos Deuses do Lúdico.
Grêmio Recreativo da Unidos do Quinzinho,
quesito diversão, harmonia e fantasia nota 1000.
Douglas, Rolinha, Feijão, Titinho, Mafu, Geraldinho, Negão, Esquadrão Classe A.
Comandos em Ação, A Liga da Justica, ativando bombas, fazendo armadilhas e soltando chupão.
Natação no Rio Mata Cavalo, de lá vieram meus primeiros peixes de aquário.
Na minha infância todos os meus sonhos estavam na Venda da Nica,
era só juntar umas moedas.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

NA NATUREZA SELVAGEM

Para Alexander Supertramp

Quero queimar todo o dinheiro do mundo.
Quero viver da fauna, da flora e morrer sozinho,
distante como uma ilha no oceano.
Quero somente as moscas em pranto alegre, a me beijar.
Pode ser em uma noite enluarada e cheia de estrelas,
ou em um dia ensolarado como no mês que nasci.
Se for possível, espero que ninguém me ache.
Quero que a decomposição seja naturalmente em paz, ao ar livre com os urubus.
Dos ossos, espero que cães saboreiem, brinquem ou os enterrem.
Dos cabelos, espero que pássaros façam ninhos confortáveis para seus filhotes.
Dos dentes, espero que estranhos aventureiros façam colares 
para serem vendidos na feirinha de artesanato no domingo. 
Chega de funerais artificiais.
Mas a felicidade só é alcançada quando é compartilhada.
A tristeza, essa sim é solitária.
 ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ESTÁ

A vaca no leite.
A flor no mel.
O gozo na boca.
O fígado e o fel.
A estrada no pé.
A bala no revólver.
A saúde no circo.
O sangue no prato.
O fogo na terra.
A água no céu.
A isca no anzol.
A fuga na garrafa.
A pedra da desgraça.
A agulha no vinil.
A flecha no coração.
A corrupção no Brasil.
O cisco no universo.
 
ADRIANO MENDONÇA CARCOSO
DRIXS

sábado, 5 de novembro de 2011

PIVETE

Fiz essa canção para um grande amigo meu.
Ele já partiu para outro plano cedo demais, mas está sempre presente em meu coração.
Nossa amizade foi muito forte e intensa, tenho certeza que ele sempre está ao meu lado.
Saudades meu irmão Cleiton.
Quando escuto 'LOVE IN THE AFTERNOON' do Legião Urbana, penso em você.
Mas aqui vai a canção:

PIVETE
Lembro da primeira vez que lhe vi no Aplicação,
tocando sua guitarra como ninguém, partiu meu coração.
Lembro do seu sorriso e da sobrancelha grossa.
Lembro da sua paz, do skate e da bike parada na porta.
Lembro do show no caminhão, você falando assim:
"Vocês não estão acostumados com isso não!"
Lembro do muro pulado e do leite queimado enquanto nós tocávamos lá embaixo.
Lembro do amasso que você deu na minha prima.
Lembro de dizer adeus para sua irmã,
para lhe encontrar na esquina e só voltarmos de manhã...

Lembro dos shows no Porão e meu coração derrete,
sinto sua falta meu irmão, meu amigo, PIVETE...

Vida breve como um solo de guitarra,
éramos tudo e não tínhamos nada.
Tardes infinitas de violão,
aulas mortas e muita curtição.
Agulha no Pixies rolando no talo,
sempre momentos felizes ao seu lado.
Carregaria o peso do mundo por você,
arrancaria o poste pra não te perder.

Lembro dos shows no Porão e meu coração derrete,
sinto sua falta meu irmão, meu amigo, PIVETE...

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS