sexta-feira, 29 de abril de 2011

ELETROCARDIODRAMA

de gravata, não sei dar.
Nunca fiz a barba com navalha.
Já fiz café tão doce, tão amargo também.
Uma vez uma garota me disse: me coma agora!
O Pastor do Caos, hoje, é da paz.
O Desmancha Rodinha atualmente desmancha roda gigante.
Tem gente que daria tudo pra ser inglês e depois de um péssimo dia,
chegar em casa dizendo: today was a hard day!
Maria Helena foi o início de tudo e Juliana será o fim.
O menino que choveu namora a menina que secou.
Já fiquei ilhado por nuvens no Morro do Cristo.
Meu Mp3 Cerebral não tem bluetooth.
O amor não tem o meu número mas tem meu email e meu endereço.
Sou garoto velho, homem velho já morreu.
Durante um tempo vivi como um rato no Porão
e na jukebox só canção de ninar para junkies.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

OBS: Escrevi esse texto, utilizando o título do disco para o título do poema,
e utilizei também o nome de cada canção seguindo a mesma ordem
que elas aparecem no segundo cd do Anarkaos. 
Abraço aos amigos e aos fãs da banda que todos os dias pedem mais um show.
Fica aí essa homenagem a todos que nos prestigiaram durante esses 15 anos de banda.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

LONGITUDE

Tenho tanto pra fazer por você,
tanto pra viver com você
e tanto pra lhe mostrar
mas hoje é só tristeza no ar.

Sem você fica mais difícil lutar,
não aguento tanta longitude,
não aguento tanta saudade.
Essa distância machuca.

Com você eu tenho paz,
essa batalha parece não acabar mais,
eu só quero voltar atrás 
e me sentir entre seus braços.

Quero tocar seu corpo,
sentir sua respiração.
Não me deixe tão só,
 preciso de você.

Sem você fica mais difícil lutar,
não aguento tanta longitude,
não aguento tanta saudade
e essa distância machuca.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

terça-feira, 19 de abril de 2011

FERRAMENTALIZAÇÃO

Parafusorário.
Alicatecismo.
Serroteador.
Martelouvando.
Fendalismo.
Escadavérico.
Enxadascinco.
Pregozando.
Lixarope.
Picaretaliação
Ferramentalização.


 ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 14 de abril de 2011

VÍTIMAS DOS ANESTÉSICOS

Acordo às cinco da manhã, me levanto e visto minha Camisa de Força para trabalhar.
Mergulho na escuridão da rua com Soul Underground tocando no fone de ouvido.
Vou caminhando e cantando e buscando minha Evolução.
A música acaba e o Silêncio da manhã me incomoda.
Lembro da tragédia no Japão e vejo no Olhar dos Orientais uma paz paciente
e um desespero educado que não tem igual.
Eles estão acostumados com as tragédias naturais.
Com tanta destruição, nós já teríamos tomado 20 Comprimidos.
Contra o sistema, Contra Cotidiano e
contra a Hidrofobia dos seus beijos busco minha liberdade.
Mas no fim do dia, sou um pobre Condenado.
Sou casado com Maria e não vejo seu sorriso há meses.
Talvez ela esteja assim porque ganho pouco.
Gostaria de me acostumar com as trágedias do amor.
Sou João Menino que (Voltou pra casa).
Abro a porta. Vejo Maria. Vejo sua indiferença e A Solidão ao seu lado.
E mais uma vez me sinto um Outsider.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

OBS: Escrevi esse texto, utilizando o título do disco para o título da história,
e utilizei também o nome de cada canção seguindo a mesma ordem
que elas aparecem no primeiro cd do Anarkaos. 
Abraço aos amigos e aos fãs da banda que todos os dias pedem mais um show.
Fica aí essa homenagem a todos que nos prestigiaram durante esses 15 anos de banda.




quarta-feira, 13 de abril de 2011

ELA ELE

Ela trabalha com números enquanto ele se diverte com as palavras.
Ele vende peças automotivas enquanto ela monta os cabelos.
Ela cuida da saúde do corpo enquanto ele cuida da saúde dos carros.
Ele estuda a viagem enquanto ela analisa a loucura.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

terça-feira, 12 de abril de 2011

SUICÍDIO

Entre os vermes e a lama, tento respirar.
O corte profundo no pulso, aqui me trouxe.
Não existem mãos para segurar.
Não existe alma para implorar.
Não existe saída para o inferno que eu criei.
Não existe morte.
O sangue não pára de escorrer.
Não existe intervalo para o sofrimento.
Gritos horríveis, angústia, arrependimento e dor incessante.
Isso não é um sonho, nem pesadelo, antes fosse.
Isso é real...

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sexta-feira, 8 de abril de 2011

BICHO DE PÉ

Quando era criança pisava em espinho, nadava no rio, pegava carrapato e bicho de pé.
Hoje, as crianças têm alergia de tudo e pegam vírus de computador.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sábado, 2 de abril de 2011

A TELA DO TETO

Deitado olhando para o teto do quarto,
vejo várias imagens, várias lembranças,
num espaço tão curto de tempo,
minha mente monta um trailer do filme da minha vida.
É estranho fixar os olhos num lugar tão vazio e conseguir enxergar,
todas as cores, todas as formas, todas as dores de passado presente,
que se torna nítido quando você não está aqui.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS