quinta-feira, 17 de novembro de 2011

NA NATUREZA SELVAGEM

Para Alexander Supertramp

Quero queimar todo o dinheiro do mundo.
Quero viver da fauna, da flora e morrer sozinho,
distante como uma ilha no oceano.
Quero somente as moscas em pranto alegre, a me beijar.
Pode ser em uma noite enluarada e cheia de estrelas,
ou em um dia ensolarado como no mês que nasci.
Se for possível, espero que ninguém me ache.
Quero que a decomposição seja naturalmente em paz, ao ar livre com os urubus.
Dos ossos, espero que cães saboreiem, brinquem ou os enterrem.
Dos cabelos, espero que pássaros façam ninhos confortáveis para seus filhotes.
Dos dentes, espero que estranhos aventureiros façam colares 
para serem vendidos na feirinha de artesanato no domingo. 
Chega de funerais artificiais.
Mas a felicidade só é alcançada quando é compartilhada.
A tristeza, essa sim é solitária.
 ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS



Nenhum comentário:

Postar um comentário