Na Sala de Teste a inércia e o silêncio me agridem.
O ponteiro do relógio não me agrada e
vai tic-teste-tic-triste-tic-peste que não chega ao fim.
Cadeiras nubladas, pálidas e sufocantes,
com cérebros de várias formas, elétricos, gritando, calculando e
escrevendo respostas certas ou erradas,
para os testes que toda semana ditam o futuro desses corações aflitos
que nunca amaram de verdade,
para os testes que toda semana ditam o futuro desses corações aflitos
que nunca amaram de verdade,
que nunca sentiram a lâmina profunda da dor rasgando o peito,
que vivem imersos na doce ilusão da juventude.
Nesse túmulo imenso e frio, inexisto, entro em transe profundo.
Nessa península silenciosa e distante do mundo,
busco o horizonte.
Na Sala de teste, o mais testado sou eu.
Na Sala de teste, o mais testado sou eu.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS