domingo, 11 de dezembro de 2011

SENTIDOS

Longe, pontinho no horizonte.
Perto, olhar boquiaberto.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

FANTASMA

Agora: ninguém, nada, sem norte, nem sorte.
Sem vento, lento, derretendo.
Sua última palavra voa e cai no chão.
Trincada, ela vai sendo carregada por uma formiga.
Formigas gostam de sabores.
Sua palavra tinha gosto.
O amor tem seu rosto e para mim só existe o seu retrato.
Estou pensando em você, naquele quarto de hospital e
sem dizer ao menos tchau, resolveu desligar seu coração.
Resolveu tirar a alegria  do mundo, 
resolveu ser egoísta e pintou o mundo de preto e branco.
Resolveu tirar o meu sorriso.
Resolveu me fatiar, me torturar, me azedar.
Tirou o meu chão e o meu sono,
vivo flutuando como um fantasma sem entender nada.
Você me matou quando morreu.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

DEMODÊ

Estrada infinita de amor, 
doce voz a compor,
todo e cada momento feliz,
de um sentimento que diz:
 quero casar com você.
Sou meio demodê,
vivo por seus beijos e seu sorriso,
isso é tudo que preciso.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

domingo, 20 de novembro de 2011

MINHA INFÂNCIA

Rua: Santa Tereza, Nº : 51, Bairro: Quinzinho ou Vila Ferreira.
Cep: 37290-000, Telefone: (37) 3321-2914.
Aqui sempre será o meu berço.
Lugar mágico, complexo esportivo de primeira.
Praça Esporte, Praça da Banda, Estádio do Vila. o Leão do Oeste, meu cachorro Rex.
No chão da rua, quadras de futebol, vôlei, queimada, peteca, garrafão, 
todas pintadas de cal recebendo a visita constante e ilustre da polícia, 
sempre mandando parar com a bagunça que varava a noite.
Horas dançantes tirando o sossego do brejo do Giarola.
Pistinhas de bicicross, feitas por nós, recebendo bicicletas selvagens,
voando alto com as asas da nossa imaginação,
com a criatividade infantil e espetacular dos Deuses do Lúdico.
Grêmio Recreativo da Unidos do Quinzinho,
quesito diversão, harmonia e fantasia nota 1000.
Douglas, Rolinha, Feijão, Titinho, Mafu, Geraldinho, Negão, Esquadrão Classe A.
Comandos em Ação, A Liga da Justica, ativando bombas, fazendo armadilhas e soltando chupão.
Natação no Rio Mata Cavalo, de lá vieram meus primeiros peixes de aquário.
Na minha infância todos os meus sonhos estavam na Venda da Nica,
era só juntar umas moedas.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

NA NATUREZA SELVAGEM

Para Alexander Supertramp

Quero queimar todo o dinheiro do mundo.
Quero viver da fauna, da flora e morrer sozinho,
distante como uma ilha no oceano.
Quero somente as moscas em pranto alegre, a me beijar.
Pode ser em uma noite enluarada e cheia de estrelas,
ou em um dia ensolarado como no mês que nasci.
Se for possível, espero que ninguém me ache.
Quero que a decomposição seja naturalmente em paz, ao ar livre com os urubus.
Dos ossos, espero que cães saboreiem, brinquem ou os enterrem.
Dos cabelos, espero que pássaros façam ninhos confortáveis para seus filhotes.
Dos dentes, espero que estranhos aventureiros façam colares 
para serem vendidos na feirinha de artesanato no domingo. 
Chega de funerais artificiais.
Mas a felicidade só é alcançada quando é compartilhada.
A tristeza, essa sim é solitária.
 ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ESTÁ

A vaca no leite.
A flor no mel.
O gozo na boca.
O fígado e o fel.
A estrada no pé.
A bala no revólver.
A saúde no circo.
O sangue no prato.
O fogo na terra.
A água no céu.
A isca no anzol.
A fuga na garrafa.
A pedra da desgraça.
A agulha no vinil.
A flecha no coração.
A corrupção no Brasil.
O cisco no universo.
 
ADRIANO MENDONÇA CARCOSO
DRIXS

sábado, 5 de novembro de 2011

PIVETE

Fiz essa canção para um grande amigo meu.
Ele já partiu para outro plano cedo demais, mas está sempre presente em meu coração.
Nossa amizade foi muito forte e intensa, tenho certeza que ele sempre está ao meu lado.
Saudades meu irmão Cleiton.
Quando escuto 'LOVE IN THE AFTERNOON' do Legião Urbana, penso em você.
Mas aqui vai a canção:

PIVETE
Lembro da primeira vez que lhe vi no Aplicação,
tocando sua guitarra como ninguém, partiu meu coração.
Lembro do seu sorriso e da sobrancelha grossa.
Lembro da sua paz, do skate e da bike parada na porta.
Lembro do show no caminhão, você falando assim:
"Vocês não estão acostumados com isso não!"
Lembro do muro pulado e do leite queimado enquanto nós tocávamos lá embaixo.
Lembro do amasso que você deu na minha prima.
Lembro de dizer adeus para sua irmã,
para lhe encontrar na esquina e só voltarmos de manhã...

Lembro dos shows no Porão e meu coração derrete,
sinto sua falta meu irmão, meu amigo, PIVETE...

Vida breve como um solo de guitarra,
éramos tudo e não tínhamos nada.
Tardes infinitas de violão,
aulas mortas e muita curtição.
Agulha no Pixies rolando no talo,
sempre momentos felizes ao seu lado.
Carregaria o peso do mundo por você,
arrancaria o poste pra não te perder.

Lembro dos shows no Porão e meu coração derrete,
sinto sua falta meu irmão, meu amigo, PIVETE...

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

PIPA DE LÍNGUA

Paciência de fast-food. 
Braços abertos, redes neurais.
Sol brilhante, evaporando lago e derretendo asfalto.
Lua no olhar minguante, trópico distante.
Pipa de língua solta no céu da boca.
Nasce nu, morre de roupa.
DRIXS
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A LEVEZA DA VIDA

Acordo, brindo meus pulmões com ar e agradeço a Deus mais um dia.
Minha maior riqueza?
Minha fé, minha vida, minha paz, minha família, minha princesa,
meus amigos invisíveis, minha cidade.
Vivo buscando a simplicidade das coisas que inundam meu coração de amor.
Sinto o sol, as montanhas e o céu azul.
Vejo os pássaros, as árvores e minha cachorra brincando sozinha.
Saio de casa e ganho seu sorriso, nuvem branca de alegria.
Minha mãe me presenteou com um jardim e me disse:
MEU FILHO, ESSE JARDIM É SUA HERANÇA!
Aprendi que a vida é como um jardim florido, necessitando de cuidado sempre.
Rego meus sonhos com carinho, adubo as pessoas ao meu redor,
com pensamentos positivos que darão frutos fraternais.
Distribuo sorrisos como as flores que sorriem para mim, todos os dias.
Aprendi falar o silêncio das plantas, o silêncio da retina.
A cor das flores tem minha música, o verde da grama tem minha cama,
o perfume do mato é meu preferido prato.
É preciso ter sede de chuva e de lágrimas para crescer.
É preciso perdoar a foice que nos poda.
É preciso ter os pés enraizados no chão quando a ventania da tristeza passar.
É preciso sentir a leveza da vida e contrariar a força da gravidade,
crescendo e florindo como os ipês amarelos.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

MENINA

Menina, doce menina, flor dançarina que desabrochou.
Sua luz é divina, seu olhar de felina meu coração agarrou.
Sua beleza enfeitiça e meu desejo atiça, se na rua lhe vejo.
Que perfume tem sua pele?
Que sabor tem seu beijo?
Que magia tem seu olhar?
Todos os garotos perguntam, mas sou apenas mais um a questionar.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

terça-feira, 30 de agosto de 2011

SEM IMPORTÂNCIA

O zero a esquerda é o sol de quem nasce para perder.
A fé vira plástico na batalha do dia a dia.
A alma morre sem alegria de viver.
A oportunidade é para os afortunados.
O mundo ferve e a dor alheia é insignificante.
O corpo cai no chão, sem ninguém perceber,
é só mais um coração sem importância que pára de bater.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sábado, 20 de agosto de 2011

JCK

Olhos negros, lábios vermelhos,
tatuagem no tornozelo,
o gosto do seu beijo,
não consigo mais parar.

Sou pão de queijo e ela zaatar,
doce mistério do oriente,
sua pele branca e quente,
não consigo mais parar.

Anel no dedo, amor para sempre.
Nó na garganta, tudo me pertence,
com você eu vou para qualquer lugar,
não consigo mais parar.

Sem você minha Amelie Poulain,
me transformo em Forrest Gump,
lutanto no Vietnã,
para lhe ter toda manhã.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

CAPITALISMO SAGRADO

Existe amor por inteiro, desde que haja dinheiro.
Ame o próximo, desde que seja um bom negócio.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

terça-feira, 9 de agosto de 2011

RACIOCÍNIO

Raiva acaba com raciocínio.
Medo é porto vazio.
Mentir é outro você.
Punho fechado é pedra.
Música é mãe.
Político é máquina de xerox.
Móveis não se movem.
Quadros lhe enquadram na visão.
Televisão controla humanos.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

AMOR

A cada dia, respiro para você.
A cada instante, penso em você.
A cada lua, mudo sem querer.
A cada mês, luto por você.
A cada noite, rezo para lhe ter.
A cada lágrima, começo a derreter.
 Sem carinho, é áspero viver.
Acredito no amor, mesmo que o tempo me enterre.
Meu coração sempre bate por amor.
ADRIANO MEDONÇA CARDOSO
DRIXS


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

JUJUZINHA

Hoje você não está aqui.
Sinto falta do barulhinho que você fazia 
enquanto dormia ao meu lado.
Parecia mastigar balas de caramelo num conto de fadas.
Sinto falta do perfume da sua pele,
do seu jeitinho estilo home.
dos seus carinhos e seus beijinhos.
Você é tudo para mim.
Minha vida é iluminada por você.
 E essa tatuagem em forma de poema,
o papel a pele plena,
aceita essas palavras de amor a cicatrizar... para sempre...
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

SUA GUERRA

Seu ego destrói bandas.
Sua soberba afasta o próximo.
Sua ignorância volta para você.
Sua inveja cegou-lhe.
Sua guerra, sua ganância, seu funeral.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sexta-feira, 29 de julho de 2011

HENDRIXS

Meu coração magnético com veias de aço, 
eletrificadas pelo seu amor,
nunca pára de pulsar.
Meu corpo sólido umidece quando me toca.
Sua mão, minha mão,
bem me quer, mal me quer,
com palheta ou dedão.
Plug a alma, derreta a afinação.
Entorte o horizonte, fume a inspiração.
Coma o pudor, beba a flor,
vomite canções.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sexta-feira, 22 de julho de 2011

FÚRIA SINCERA

Você não tem nada para me oferecer e
nem deixa em paz quem não quer ter a sua ilustre companhia.
Você se acha o máximo do melhor que já existe.
Sua beleza não me importa, só quero te ver distante de mim.
Sua presença não me interessa, só quero te sentir longe daqui.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO 
DRIXS

CORDAS VOCAIS DO AMOR ELÉTRICO DELIRANTE

Mi embriaguei com seu amor,
na esquina da paixão.
parei no horizonte:
Sol poente, lua nascente.
Si toco minha guitarra quando te vejo,
Mi sinto mais perto do céu.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

BOY RURAL

Já limpei córrego, puxei boi no arado, plantei milho, mandioca, arroz e feijão.
Já fiz guerra de goiaba, de bosta de vaca, de pedra de cal.
Armado de estilingue, grupo de extermínio rural.
Já montei em bezerro, bebi leite de vaca na teta, puxei carro de boi.
Já quebrei a cara, já partiram meu coração.
Já trabalhei em mercadinho, mercearia, locadora e shoping center.
Já vivi na roça e morei na selva de pedra mas
nunca provei nada tão doce quanto os seus lábios.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS




terça-feira, 5 de julho de 2011

MENINO DE 34 ANOS

Rasguei sua foto por amor.
Vovó já dizia: Cabeça quente, só faz bobagem.
Não lhe disse nada mas o meu silêncio me diz.
Diz que movo montanhas para lhe ter.
Diz que transformo a dor em violão.
Diz que minha vida sem você é roda quadrada, é arroz sem tempero,
é piscina sem água.
Diz que somos 1 e ocupamos o mesmo lugar.
Na lógica dos Homens não dá pra explicar tanto amor por você,
parece que meu peito vai estourar.
Mas na lógica dos Anjos nosso amor é divino,
pois quando adormeço ao seu lado amanheço menino.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS



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quinta-feira, 23 de junho de 2011

LINUX LOVE

$ man do seu coração
$ cat seu telefone
$ egrep "seu endereço"
$ help meu Deus
$ at 20:30 encontrar você
$ echo te amo
 ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

DEJA VU

Ei, você se lembra de mim?
Bem, acho que não, envelheci.
Minha memória não é mais a mesma.
Volátil.
Estive muito tempo fora, em um lugar cheio de magia.
Acho que você estava lá.
O que você faz?
Vivo, talvez sonhando.
Mas não me lembro de você.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS



segunda-feira, 20 de junho de 2011

JANIS JOPLIN

Minha doce garota, 
sua voz sangra em meus ouvidos e
meu coração sente sua dor.
Minhas lágrimas tem a harmonia de sua voz e
seu olhar, me lembra um blues triste, de beira de estrada.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sexta-feira, 17 de junho de 2011

FEBRE

Com pouca fé e muito frio, não consigo me levantar.
O despertador desperta só pra ele. 
Minha fibra, minha vontade partiram e deram lugar a fadiga, ao cansaço.
Sinto que está próximo o fim, e a febre aumenta.
Delírio, declínio.
O corpo treme debaixo de três cobertores.
Sozinho, sem ninguém por perto, tento me alimentar.
Mas meu estômago não aceita, me arrasto para o banheiro.
Sem força, sem fome e com muita dor, espero o efeito dos remédios.
Remédios que não servem para nada,
pois o que sinto é o veneno da doença tomando conta de mim.
Só existe uma saída: esperar.
E quando você me vem na memória,
o coração falha.
ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 26 de maio de 2011

SALATIEL, O JÓIA RARA

Tá bom, tudo bem,
pode varrer pra fora de casa, os pedaços de mim.
Antes de pegar minhas roupas, passarei no Buteco do Evaristin,
tomarei aquela cachaça com surubim,
cantando a canção que fiz pra você.
Depois irei no açougue, na padaria e no armazém,
pagarei os vencidos pois sou homem de bem,
direi que você não tem mais meu sobrenome,
e que no meu lugar, já deve existir outro homem.
Diga ao Joãozinho que papai manda a bênção e 
no outro mês a pensão, 
pois não falto com a minha obrigação.
Não deixe ele faltar na escola pra ir jogar bola,
veja o que me aconteceu...
Mas Clotilde, Clotilde,
pobre de você que jogou fora a jóia mais rara,
meu coração, deserto Saara...

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS



quinta-feira, 19 de maio de 2011

DESENCANTO

Sigo sozinho no meu canto, para que os olhos ruins não me vejam.
Nesse canto que nada conta, desencanto.
Me encontro aos pedaços mas vou me reerguer.
Agora, canto para surgir o remédio que tape o buraco do tiro no peito.
Agora, canto para estancar o sangue e o choro que sai faz gerar vida nova.
Desconto na guitarra e encanto meu violão para que eles sejam minha voz.
Canto sozinho mas enxergo multidões.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quarta-feira, 11 de maio de 2011

VIDA DE ESTUDANTE

Escrevo na última folha do seu caderno, sem você perceber,
poesias para lhe dizer que meu amor por você,
faz semente no deserto nascer.
Estudo fórmulas matemáticas para lhe encontrar ao acaso numa esquina,
e ver seu sorriso de menina iluminar minha vida.
Construo cidades que são banhadas por um mar com seu nome.
Crio planetas da cor dos seus olhos.
Invento flores e perfumes para lhe dar.
Decreto um céu azul eterno e a noite sempre enluarada.
Faço estrelas no tom de sua pele,
brilharem só para você.
Mas o despertador me chama: é hora de acordar!
Levanto e rezo para que a noite volte a sonhar,
para lhe encontrar na felicidade eterna do nosso lugar...

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS





terça-feira, 10 de maio de 2011

domingo, 8 de maio de 2011

sexta-feira, 29 de abril de 2011

ELETROCARDIODRAMA

de gravata, não sei dar.
Nunca fiz a barba com navalha.
Já fiz café tão doce, tão amargo também.
Uma vez uma garota me disse: me coma agora!
O Pastor do Caos, hoje, é da paz.
O Desmancha Rodinha atualmente desmancha roda gigante.
Tem gente que daria tudo pra ser inglês e depois de um péssimo dia,
chegar em casa dizendo: today was a hard day!
Maria Helena foi o início de tudo e Juliana será o fim.
O menino que choveu namora a menina que secou.
Já fiquei ilhado por nuvens no Morro do Cristo.
Meu Mp3 Cerebral não tem bluetooth.
O amor não tem o meu número mas tem meu email e meu endereço.
Sou garoto velho, homem velho já morreu.
Durante um tempo vivi como um rato no Porão
e na jukebox só canção de ninar para junkies.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

OBS: Escrevi esse texto, utilizando o título do disco para o título do poema,
e utilizei também o nome de cada canção seguindo a mesma ordem
que elas aparecem no segundo cd do Anarkaos. 
Abraço aos amigos e aos fãs da banda que todos os dias pedem mais um show.
Fica aí essa homenagem a todos que nos prestigiaram durante esses 15 anos de banda.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

LONGITUDE

Tenho tanto pra fazer por você,
tanto pra viver com você
e tanto pra lhe mostrar
mas hoje é só tristeza no ar.

Sem você fica mais difícil lutar,
não aguento tanta longitude,
não aguento tanta saudade.
Essa distância machuca.

Com você eu tenho paz,
essa batalha parece não acabar mais,
eu só quero voltar atrás 
e me sentir entre seus braços.

Quero tocar seu corpo,
sentir sua respiração.
Não me deixe tão só,
 preciso de você.

Sem você fica mais difícil lutar,
não aguento tanta longitude,
não aguento tanta saudade
e essa distância machuca.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

terça-feira, 19 de abril de 2011

FERRAMENTALIZAÇÃO

Parafusorário.
Alicatecismo.
Serroteador.
Martelouvando.
Fendalismo.
Escadavérico.
Enxadascinco.
Pregozando.
Lixarope.
Picaretaliação
Ferramentalização.


 ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 14 de abril de 2011

VÍTIMAS DOS ANESTÉSICOS

Acordo às cinco da manhã, me levanto e visto minha Camisa de Força para trabalhar.
Mergulho na escuridão da rua com Soul Underground tocando no fone de ouvido.
Vou caminhando e cantando e buscando minha Evolução.
A música acaba e o Silêncio da manhã me incomoda.
Lembro da tragédia no Japão e vejo no Olhar dos Orientais uma paz paciente
e um desespero educado que não tem igual.
Eles estão acostumados com as tragédias naturais.
Com tanta destruição, nós já teríamos tomado 20 Comprimidos.
Contra o sistema, Contra Cotidiano e
contra a Hidrofobia dos seus beijos busco minha liberdade.
Mas no fim do dia, sou um pobre Condenado.
Sou casado com Maria e não vejo seu sorriso há meses.
Talvez ela esteja assim porque ganho pouco.
Gostaria de me acostumar com as trágedias do amor.
Sou João Menino que (Voltou pra casa).
Abro a porta. Vejo Maria. Vejo sua indiferença e A Solidão ao seu lado.
E mais uma vez me sinto um Outsider.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

OBS: Escrevi esse texto, utilizando o título do disco para o título da história,
e utilizei também o nome de cada canção seguindo a mesma ordem
que elas aparecem no primeiro cd do Anarkaos. 
Abraço aos amigos e aos fãs da banda que todos os dias pedem mais um show.
Fica aí essa homenagem a todos que nos prestigiaram durante esses 15 anos de banda.




quarta-feira, 13 de abril de 2011

ELA ELE

Ela trabalha com números enquanto ele se diverte com as palavras.
Ele vende peças automotivas enquanto ela monta os cabelos.
Ela cuida da saúde do corpo enquanto ele cuida da saúde dos carros.
Ele estuda a viagem enquanto ela analisa a loucura.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

terça-feira, 12 de abril de 2011

SUICÍDIO

Entre os vermes e a lama, tento respirar.
O corte profundo no pulso, aqui me trouxe.
Não existem mãos para segurar.
Não existe alma para implorar.
Não existe saída para o inferno que eu criei.
Não existe morte.
O sangue não pára de escorrer.
Não existe intervalo para o sofrimento.
Gritos horríveis, angústia, arrependimento e dor incessante.
Isso não é um sonho, nem pesadelo, antes fosse.
Isso é real...

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sexta-feira, 8 de abril de 2011

BICHO DE PÉ

Quando era criança pisava em espinho, nadava no rio, pegava carrapato e bicho de pé.
Hoje, as crianças têm alergia de tudo e pegam vírus de computador.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sábado, 2 de abril de 2011

A TELA DO TETO

Deitado olhando para o teto do quarto,
vejo várias imagens, várias lembranças,
num espaço tão curto de tempo,
minha mente monta um trailer do filme da minha vida.
É estranho fixar os olhos num lugar tão vazio e conseguir enxergar,
todas as cores, todas as formas, todas as dores de passado presente,
que se torna nítido quando você não está aqui.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 31 de março de 2011

SALA DE TESTE

Na Sala de Teste a inércia e o silêncio me agridem.
O ponteiro do relógio não me agrada e
vai tic-teste-tic-triste-tic-peste que não chega ao fim.
Cadeiras nubladas, pálidas e sufocantes,
com cérebros de várias formas, elétricos, gritando, calculando e 
escrevendo respostas certas ou erradas,
para os testes que toda semana ditam o futuro desses corações aflitos
que nunca amaram de verdade,
que nunca sentiram a lâmina profunda da dor rasgando o peito,
que vivem imersos na doce ilusão da juventude.
Nesse túmulo imenso e frio, inexisto, entro em transe profundo.
Nessa península silenciosa e distante do mundo,
busco o horizonte.
Na Sala de teste, o mais testado sou eu.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quarta-feira, 30 de março de 2011

DEMOCRACIA PRIVADA

Políticos com salário maior que o do Presidente,
quando é que vocês vão trabalhar pra gente?
Sentados aí chocando ovo,
sempre pensando em algo pra enganar o povo,
prometem, prometem e não fazem nada,
o suor de vocês vem é da privada.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 24 de março de 2011

SAMBA DO CORAÇÃO RASGADO

Vai, rasga meu coração mais uma vez,
faça meu sangue brotar pois você sabe que sou seu freguês
e não vou te abandonar apesar da sua insensatez.
Mas se quiser ir embora, pode ir.
Pois sei que amanhã você baterá em minha porta outra vez,
dizendo que sou seu amor, sua paz, seu burguês
e triste sorrindo, abro-te a porta do meu coração cortês.
Você brinca com fogo pra me queimar,
põe na cama os cacos de vidro pra eu deitar,
me esnoba e finge que não me vê dentro do meu próprio lar,
pois sabe que da matéria, você é a obra-prima que me faz viver.
O que sofro com você, há quem diga que é expiação,
outros dizem que é prova de libertação,
também falam que é resgate mas a verdade é que sem você sou joalheiro sem jóia,
minha nêga 18 quilates.
Sem você, sou viciado na nóia,
sou cão sem dono que late,
minha pérola negra.
Mas se um dia ela não voltar,
por favor seu ouvinte, por favor seu leitor,
prefiro que me mate.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sábado, 19 de março de 2011

POLÍTICOS PODRES

Minha simplicidade não é cega, muito menos muda. 
Todos somos diferentes, classes diferentes, línguas diferentes, mentes diferentes. 
Mas a justiça não é igual pra gente. 
Trabalho doente pra chegar no fim do mês e o salário não me dá validez,
com essa merreca dá pra ficar louco de vez. 

Minoria safada e ganha a vida.
Maioria sofrida, sem trabalho e sem comida.

Várias promessas e muito blá blá blá,
quero ver você no meu lugar.
Vou roubar seu terno e sua gravata,
você pode ficar com a minha enxada,
daqui a pouco, com as mãos calejadas,
vai me dizer que a vida não vale nada.
Mas calma você não é homem?
Você não sabe o que é passar fome?
Engole tanta coisa e nem sabe o que come.

Minoria safada e ganha a vida.
Maioria sofrida, sem trabalho e sem comida. 

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 10 de março de 2011

AQUI JAZ, ALI DOR

Não sei se será seu todo o meu amor.
Não sei se o que lhe direi, trará dor.
Mas o tempo conserta o que ficou sem conserto.
A alma sente quando só existe medo e solidão.
E o efeito do amor acaba, como quem toma um veneno.
Tudo passa...
Deus me encha de amor novamente,
faça brotar a semente,
pois preciso alimentar muita gente com o amor que um dia perdi,
quando você não entendeu o que eu queria de ti...

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quarta-feira, 9 de março de 2011

OBRIGADO

Obrigado pela satisfação,
pela resposta,
pelo abandono.

Obrigado pelo carinho,
pelo respeito,
pelo corte profundo no pescoço.

Obrigado pelo convite,
pelo desdenho,
pelo aborto fácil.

Obrigado pelo email,
pela visita,
pela roupa fúnebre.

Obrigado pela ditadura,
pelo tempo jogado fora,
pela voz sufocada.

Obrigado pelas mãos cortadas,
pelo silêncio das tardes,
pela válvula quebrada,

Obrigado pelo falante calado,
pelo caos das idéias.
pelo cemitério.

Obrigado pelo fuzilamento,
pela câmara de gás,
pelo sonho dilacerado.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Quando uma lágrima brotar, não me pergunte o porquê.
Quando eu não ir te encontrar, não venha me ver.
Quando me trancar na escuridão, não me traga o amanhecer.
Eu quero ser uma canção de uma nota só.
Eu quero ser uma veia com um nó.
É como se prendessem minha respiração mas ainda não é meu mês de depressão.
Quando me lembrar de quem sou, me faça esquecer.


ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ALGORITMO DO AMOR

> Compre um buquê de rosas e um cartão.
> Escreva no cartão frases que estremeçam as pernas e acelere o coração da pessoa amada.
> Mande o buquê e o cartão para o endereço desejado.
> Compre uma caixa de chocolates mágicos.
> Tome um banho e se perfume.
> Vá ao encontro da pessoa amada na hora marcada e no mesmo endereço para onde o buquê e o cartão foram.
> Toque a campainha.
> Espere o sorriso e os braços abertos do amor abrirem a porta.
> Dê um abraço apertado no seu amor.
> Aninhe nesses braços por um instante.
> Entregue os chocolates.
> Diga sussurrando ao ouvido: te amo.
> Sinta o perfume da pele e das rosas.
> Sinta o gosto dos beijos mágicos e do chocolate.
> Sinta o corpo despido e as roupas no chão.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

VAZIO SEM FIM

Leio jornais mas nada me traz notícías de você.
É engraçado, sem você ao meu lado,
o coração bate errado.
Não entendo tudo isso, esse vazio sem fim.
Quando você partiu, tive dó de mim.
Procurei nos búzios, em cartas, em mapas...
Perguntei pessoas, fiz anúncios e nada...

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

MORRO DO CRISTO


Saio de casa e vou para o morro do Cristo.
Não tenho nada mas pelo menos lá vejo que eu existo.
Assisto todas as luzes da cidade acenderem.
Encho mais o copo de vinho e deixo meu cabelo me esconder.
Minha mente ultrapassa os horizontes daqueles belos montes
Que bailam em torno de mim.

Mas meu corpo me limita,
aquela pintura estampada em meus olhos.

Neste instante sou pedra...

Sou pedra ao lembrar de você.
Sou pedra ao tentar me mover.
Sou pedra em um mundo cheio de botas,
ao esperar pelas gotas do meu chorar.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

777

Em minha alma a sua marca, o seu adeus.
Não quero te deixar, lembra do que você me prometeu?
E é só isso o que ficou, a vontade de continuar,
de arrancar essa saudade e essa dor.
Não, não vou esquecer tudo o que você me fez.
Ainda choro quando vejo a nossa estrela brilhar.
Sangrei pra deixar seu nome em mim.
Não me julgue agora, lembra do que você escreveu naquela caixinha de chicletes
e naquela carta com 777 eu te amo pra sempre?
Tentei mudar, ir pra algum lugar me encontar de novo.
Mas carrego você em cada passo que dou, não adianta mudar.
Minha fita cassete, com as nossas canções, quebrada.
Minha calça jeans rasgada pelo nosso amor.
O espelho, marcado com seu beijo, trincado.
Sua foto não dorme mais ao meu lado.
Guardo você pra uma nova estação e
todas as coisas numa caixa em cima do colchão.
Ainda sinto você.
Ainda respiro você.
Ainda vejo você ao meu lado.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ANDARILHO

Eu sou um trapo com um pé de chinelo,
com um calo bem no papo de tanto comer farelo.
Eu sou trapo e não quero prosa,
nesse mundo cheio de rosa, só conheço o espinho.
Eu sou um trapo e sigo sempre em frente,
nesse mundo cheio de gente, meu cachorro me entende.
Eu sou um trapo doente e sem ninho.
Só o carinho do vento, me alegra um pouquinho...

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

TEMPESTADE

Hoje a tristeza toma conta de mim.
O olhar desanimado procura algo para se distrair.
O dia vira noite e a tempestade é a melhor tela
 para se pintar a imensa saudade que sinto de você.
O tempo não faz mais sentido para quem já cansou de esperar.
O silêncio faz muitas perguntas.
 As vezes só as lágrimas sabem responder,
 deixando duas linhas úmidas em meu rosto.
As vezes me sinto feliz e tento criar meu mundo.
E nele você é a base de tudo.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS




domingo, 13 de fevereiro de 2011

AGORA

Agora tenho que acostumar.
Agora o vazio desse lugar.
Agora o meu pensamento a voar.
Agora, onde você está?
Agora você parece me chamar.
Agora a distância não me deixa escutar.
Agora o meu grito não vai adiantar.
Agora, aí vou estar.
Agora vamos juntos ficar...

Agora você irá.
Agora você terá de se acostumar.
Agora o seu vazio preencherá o lugar.
Agora o seu pensamento irá voar.
Agora você pensará: onde irei estar.
Agora você irá me chamar.
Agora sua distância não me deixará escutar.
Agora o seu grito não adiantará.
Agora você vem para ficar?
Agora é sempre assim, essa distância a nos machucar.
Agora não adianta chorar.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS







quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

AS VEZES

O hábito as vezes é ruim.
O ruim as vezes é certo.
O certo as vezes é vazio.
O vazio as vezes é saudade.
A saudade as vezes é tudo.
O tudo as vezes é nada.
O nada as vezes é hábito.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

TRISTE FIM

Hoje toquei na flor, da janela tentei tocar o céu.
No céu dos olhos, as lágrimas chovem.
No corpo a pele cortada e o sangue brota como uma flor.
Flores do fim, flores em cima de mim.
 A flor traz pureza e alegria.
A morte traz a flor triste para quem acha que ela existe.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO


MAU REGADA INFÂNCIA

Homens de mente vazia e alma cheia de maldade.
Fazem tudo querendo algo em troca, pai ou mãe não importa.
Na família começa o erro e o erro cresce junto com a criança.
Ela não sabe o que é certo ou errado.
Hoje sua lágrima não adianta.
Paga tudo com a mesma moeda, pois sabe que o seu erro é a única lembrança.
Mau regada infância.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

SILÊNCIO

Hoje, dia comum.
Sol, vento e frio.
Frio por dentro.
Frio que corta usando a lâmina da solidão.
Solidão afiada.
Hoje, cabeça quente.
Toda idéia forma.
Toda cor confusa.
Olho ao meu redor e penso:
apesar de todo som e todo ruído,
apesar de todo grito e toda palavra que ouço,
nada me intriga mais que o meu silêncio.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
11/04/97

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

JOAQUIM POPULAR

É estranho ter de esperar aquele sentimento de perda que vai voltar.
O suspiro traz mais um pouco de ar e com ele mais força para continuar.
Então começo a me preocupar e uma lágrima teimosa me põe a chorar.
As vezes rezo para que sem dor ele possa ir, mas rezo mais para ele ficar.
Difícil de acreditar, na idade em que ele está capaz nem d'eu chegar lá.
A verdade deve estar na estrada do luar.
Vá com calma, vá devagar.
A Dona Lia vai te encontrar, com beijos e abraços a alegria vai voltar.
Seu violão lá estará, afinado simplesmente a te esperar.
Com belas canções e poemas o céu vai conquistar.
Com rimas e modas sempre a cantar, brincando com os anjos a duelar:
"O céu tem muita estrela, tem grandes e miudinhas.
O mundo tem muita moça, tem feias e bonitinhas.
Nóis vamô fazê um negócio as feia é sua e as bonita é minha."
Então o Papai do Céu vai demorar a parar de rir do Joaquim Popular.
Agora a saudade é tanta que dá falta de ar e os olhos enchem d'água só de lembrar.

OBS: Escrevi esse poema na noite do desencarne do meu grande avô,
poeta e artista do mato, Joaquim Francisco Cardoso.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

METADE

Influências em minha mente, divergências em mim mesmo.
Uma vida bifurcada de caminhos seguidos pela metade.
Ser inteiro, não. Ser metade.
Metades me dividem.
Metades me confundem.
Metades me atormentam.
Seu amor não se ajusta com pureza.
Sua alegria talvez seja minha tristeza.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

sábado, 15 de janeiro de 2011

COMUM

Comum como o pássaro no bando,
como a gota no oceano,
como a grama que cresce,
como a chama que aquece.

Comum como a pétala na flor,
como a cor do amor,
como a seringa na doença,
como a fé e a crença

Comum como os Beatles e os Stones,
como o riff na guitarra,
como o resto e a migalha,
como a luz e a vela.

Comum como a corda e o som,
como a bossa e a fossa,
como o moicano e o surfista,
como o nome na lista.

Comum como o barro e o asfalto,
como a mentira no planalto,
como a lua no céu,
como a noiva e o véu.

Comum como o sal no mar,
como o lar doce lar,
como o pingo da chuva,
como o botão e a blusa.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

SUFOCANTE AMOR

Caminho buscando seus lábios.
Quero ter você antes do sol nascer.
Sinto que meu lugar é ao seu lado.
Tento todos os dias te dizer mas é difícil, esse sufocante amor por você.
Não consigo me ver sem te olhar.
Não consigo sentir sem te tocar.
Não consigo me amar quando nós não estamos no mesmo lugar.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

JIGAR KHOON

Meu olhar te assusta, sou diferente,
gosto do que você despreza.
Preciso ser, não me importa ter,
gosto de ficar por baixo.

Perder pra ganhar, Cidade dos Sonhos,
negra lágrima, não existe ninguém.
O que fizeram com você?
O seu amor era cor... era flor...

Sua TV é Jesus com seus 12 canais,
depois de 7 solidões é difícil ver o céu.
A lâmina trai, Vanilla Sky.
O que fizeram com você?
O seu olhar antes era mar... era luar...

Viva sepultada no sofá,
sua luz prestes a apagar.
Sua camisa do Gorpo me faz sorrir,
agora entendo porque não ir, quis saber...
O que fizeram com você?
O que fizeram com você?
Meu coração está sangrando.

Seu vazio, seu olhar distante,
me arrepio nesse instante.
Sua dor, sua pele quente,
te desisto de repente.

ADRIANO MENDONÇA CARDOS
DRIXS

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CÉU AUTOMÁTICO

D     E     U     S
e      s      n     a
s      s      i      g
c      e     v      r
u             e     a
b             r     d
r             s      o
a             o

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O FIM

O fim do sono. O fim do café.
O fim do portão. O fim da rua.
O fim da recepção. O fim da escada.
O fim da sala. O fim do teste.
O fim da semana. O fim do show.
O fim de ano. O fim da cama.
O fim das férias. O fim do romance.
O fim do cd. O fim da lágrima.
O fim da amizade. O fim do sorriso.
O fim da dor. O fim da verdade.
O fim do passo. O fim da fé.
O fim da morte. O fim da chuva.
O fim da canção. O fim do abrigo.
O fim da beleza. O fim da poesia.
O fim do terço. O fim da cirurgia.
O fim do carnaval. O fim da ilusão.
O fim da juventude. O fim do asilo.
O fim da lua. O fim da flor.
O fim do diálogo. O fim do ensaio.
O fim do latido. O fim do cravo.
O fim da romã. O fim da argentina.
O fim do fim. O fim do início.

ADRIANO MENDONÇA CARDOSO
DRIXS